segunda-feira, 17 de março de 2014

O ressentimento

O RESSENTIMENTO


Mais um texto da veneranda Joanna de Ângelis sobre esse algoz do espírito humano.

    O ressentimento é semelhante a um morbo moral que toma conta das emoções e transforma os sentimentos em amargura e em prevenção.
     Instala-se de forma sutil e agiganta-se de maneira inesperada, aumentando conforme a fixação que a vontade da sua vítima lhe permite, gerando inquietação e sofrimento desnecessários.
   Expressões que antes denotavam afeto assumem, sob a óptica do ressentimento, significados perturbadores; gestos que traduziam amizade, agora, observados pelo ressentimento, confirmam a tese absurda de prevenção; sorrisos que expressavam amizade e júbilo, no momento em que o ressentimento se instala, tomam forma de ironia e de crítica mordaz.
   No estado de ressentimento vêem-se as ocorrências conforme as lentes que são colocadas na vista para observação.
   Os melhores argumentos para sua anulação mais facultam ampliá-lo, em face da cegueira emocional que domina a sua vítima.
    O ressentimento é fruto espúrio do orgulho enfermiço que não permite os gestos de honestidade, de identidade fraternal, de comunicação amiga, de orientação saudável.
    Cada pessoa, nesse estado, espera sempre receber a compreenção em torno do seu comportamento inadequado, quando sucedem situações desastrosas, desfrutando de simpatia geral. No entanto, é-lhe muito difícil aplicar essa conduta em referência ao próximo, ao coração amigo com quem convive.
   No trato social e nos relacionamentos humanos surgem momentos de dificuldades perfeitamente naturais, em razão da impossibilidade de expressar-se realmente o que se deseja, por falência vocabular ou por impedimentos emocionais, dando margem a incompreensões em torno do que se diz.
   O ressentido não leva isso em consideração, porque o seu orgulho não admite que esteja enganado e que os outros estejam agindo corretamente. Aliás, nos seus conflitos, essa postura faz-lhe bem, porque o torna mártir, ensejando-lhe motivo de afastamento e de censura contra quem se lhe torna objeto de desagrado.
   O ressentimento tem sido responsável por sofrimentos vários e separações lamentáveis nos relacionamentos afetivos pelo matrimônio, nas parcerias de todo tipo, nas negociações comerciais, na convivência social e em outros comportamentos humanos.
  É muito fácil ser amigo, contribuir em favor da preservação das afeições, mantendo tolerância e fraternidade, que são termos básicos do relacionamento saudável.
  Quando se pretende ser irretocável, o que representa um transtorno neurótico, tudo gira em torno da sua aparente perfectibilidade que a ninguém permite equívoco em relação à sua falsa superioridade.

*

     É compreensível que os espíritos em desenvolvimento ético-moral ainda apresentem as imperfeições do processo durante a fase em que estagiam, errando para acertar.
    Nada obstante, é necessário que as situações deploráveis que podem surgir sejam diluídas pela compreensão fraternal e pelos ideais de enobrecimento de quem se considera mais lúcido e melhor.
     Em verdade, todo aquele que não admite admoestação ou deixa-se ferir, ressentindo-se adiante de qualquer conjuntura, está envenenado pelo orgulho e intoxicado pela presunção.
    O lavrador que maldiz a terra sáfara, além de desconhecer as técnicas de modificação do solo por processos de adubação, nunca terá êxito nos seus propósitos de semeação e de colheita.
     O agricultor que não se precata em relação ao clima e às pregas que sempre atacam a plantação, jamais conseguirá uma produção compensadora.
    O amigo que não cuida de compreender os obstáculos e as deficiências do seu próximo, não terá oportunidade de relacionamentos felizes, sempre tentando novos compromissos e interrompendo-os, porque o seu desejo de perfeição nos outros é inalcançável, em razão de a mesma não ser deste mundo...
    Torna-se indispensável o desarmamento das emoções, mesmo nas situações mais graves, a fim de que a obra do Bem, na qual todos se devem empenhar, alcance o objetivo a que se destina.
       Se, no empreendimento encetado, este companheiro, porque foi magoado, poupa-se ao prosseguimento da cooperação; aquele, porque se ressentiu, distancia-se da atividade; o terceiro, porque não foi compreendido, divorcia-se da responsabilidade, a obra não marchará por si mesma, pois que ela é o resultado da contribuição de todos.
     Desse modo, vale a pena pensar-se no significado das realizações cristãs, tendo em vista que o amor de Jesus deverá estar materializado em nossas mãos dedicadas ao serviço e em nossos corações voltados para a ajuda recíproca.
     No intercâmbio espiritual que se processa ininterruptamente, de acordo com o direcionamento da ideia cultivada, que sempre é acrescida por substancial influenciação de mentes outras - encarnadas e desencarnadas - do mesmo padrão vibratório. Enquanto se permanece no devotamento do ideal, as antenas psíquicas captam as ondas superiores de paz, de entusiasmo e de ação que procedem do divino psiquismo. Toda via quando mudam de tom emocional recebem altas cargas idênticas procedentes daqueles que estão interessados na desídia, no impedimento das realizações nobres, laborando em favor das dissensões e das lutas infelizes.
     Necessários vigilância e humildade em todos os campos de ação.
   Vigilância para não se tornar instrumento de perturbação no grupo que busca o crescimento espiritual e moral mediante o trabalho de promoção humana e de caridade.
     Humildade para compreender a própria pequenez diante da grandeza da vida, a cujo convite esta integrado no grandioso projeto da evolução, tentando a auto iluminação pelo serviço ao semelhante.
     O tempo urge, e as oportunidades escasseiam.
    As conquistas terrestres, valiosas sob todos os aspectos considerados, promovem o ser, mas a obra do Bem permanece-lhe insculpida quando os outros recursos ficam na Terra após a desencarnação.
     A necessidade, portando, de união fraternal e de tolerância recíproca em relação às dificuldades de outrem, que se expressa mal, que reage de maneira incorreta, ou que apenas começa a direcionar-se para realizações humanitárias e nobres, torna-se essencial para a execução dos compromissos felizes.

*

     Convidado à construção da sociedade equânime, justa e feliz, liberta-te de quaisquer ressentimentos, vivenciando a alegria do companheirismo, qual propôs Jesus aos discípulos aturdidos e, muitas vezes, em discussões infrutíferas para averiguarem qual deles era o maior, a fim de os manter unidos no ministério abraçado.
     Graças a isso, o Colégio orientado pelo Divino Mestre resistiu até onde foi possível a todas as injunções perigosas. E aquele que não teve resistência e delinquiu, retornou, inúmeras vezes, por séculos de aprendizagem, reabilitando-se perante o Amor-não-amado, que o aguardou até o momento do reencontro libertador.

Pelo espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Franco,
no livro "JESUS E VIDA"




domingo, 26 de janeiro de 2014

CULPA - O QUE É E COMO TRATAR



CULPA - O QUE É E COMO TRATAR

Amigos, quem nunca sentiu culpa? Muitas pessoas convivem com esse vilão por toda a vida. A veneranda Joanna de Ângelis, através da mediunidade de Divaldo P. Franco, nos oferece uma bela página explicando o que é e como lidar com esse sentimento. Extraí alguns trechos, que seguem abaixo, para colocar aqui no blog.
(...) "Certamente, a culpa é algoz impiedoso que se esculpi na consciência e, à semelhança do ácido corrói as fibras emocionais da sua vítima, enquanto é conservada."
 "Por essa razão, deve ser racionalizada de maneira tranquila e diluída mediante as aplicações dos valiosos dissolventes do amor em forma de edificações de outras vidas."(...)
 (...) "A questão da culpa é tão relevante que, analisando o drama da mulher surpreendida em adultério, Jesus exarou o surpreendente conceito: ...E aquele que estiver sem culpa, que lhe atire a primeira pedra.(...) 
 (...) Nenhum recurso mais eficiente para a sua eliminação do que todo o bem que se pode fazer, porquanto, o auxílio ao próximo, à comunidade, a contribuição ao bem estar geral, proporcionam recuperação do equívoco de maneira judiciosa, e edificante, resultando em favor de progresso geral.(...)
 (...) Sacrifica, pois, a comodidade disfarçada de conflito de culpa ou equivalente, e faze a tua parte no concerto terrestre , modificando as estruturas atuais do comportamento social e criando novas condições para o progresso geral.(...)
(...) Aquele que dispõe dos recursos superiores da existência como saúde, beleza, fortuna, lar feliz, inteligência e conhecimento, não havendo feito o uso dignificante, retorna ao proscênio terrestre, em situação de carência a fim de aprender aplicação de valores e solidariedade.
Nunca desconsidere o poder dos pequenos gestos de bondade e de amor que fazem muita falta entre os seres humanos.
Por mais insignificantes que pareçam,constituem notas musicais de grande sinfonia da vida vibrando no universo. 
Toma parte na extraordinária orquestra do bem, contribuindo com o que possuas.(...)
 Trechos extraídos de página psicografada pelo Médium Divaldo P. Franco através do espírito de Joanna de Ângelis, na tarde de 29 de maio de 2009, no G19, em Zurique, Suíça.